No último século, a cultura japonesa foi também influenciada pela Europa e pela América.
Apesar dessas influências, o Japão gerou um estilo único de artes (ikebana, origami, ukiyo-e), técnicas artesanais (bonecas, objetos lacados, cerâmica), espetáculo (dança, kabuki, noh, raku-go, Yosakoi, Bunraku), música (Sankyoku, Joruri e Taiko) e tradições (jogos, onsen, sento, cerimónia do chá), além de uma culinária única.
O Japão moderno é um dos maiores exportadores do mundo de cultura popular. Os desenhos animados (animes), histórias em quadrinhos (mangá), filmes, a cultura pop japonesa - literatura e música (J-pop) conquistaram popularidade em todo o mundo, e especialmente nos outros países asiáticos.
CASAS JAPONESAS
A mais
importante e fundamental característica da arquitetura japonesa está baseada no
uso adequado de vários tipos de madeira, o que gera diversos desejos de estudo
e apreciação sobre as técnicas construtivas e a expressão artística.
O termo
arquitetura japonesa refere-se, geralmente, àquelas estruturas de madeira
tradicionais que atravessam os séculos, em oposição à arquitetura européia
representada por aqueles edifícios que representam a fase de grande crescimento
do Japão, inclusive aqueles que surgiram no início da Era Meiji até os dias de
hoje.
Podemos
classificar essas edificações como:
- Santuários shinto,
- Santuários shinto,
- Templos
Budistas,
-
Habitações antigas,
-
Palácios,
-
Castelos e
- Salas
de chá.
Como foi
dito anteriormente, nas construções japonesas, o material mais empregado na
arquitetura japonesa é a madeira. Isto constitui em um contraste distinto em
relação à arquitetura européia, que utiliza a pedra e o tijolo como principal
material desde os tempos antigos da Grécia e de Roma. Hoje, nas construções de
pedras e tijolos, a estrutura principal deve ser necessariamente baseada na
ligação ou sistema de arcos. Nas construções em madeira, como na arquitetura
japonesa, ao contrário das construções européias, a coluna é o suporte principal,
e os espaços das paredes não são tão importantes quanto os membros estruturais.
As paredes são usadas apenas como divisórias.
Os
materiais utilizados nas edificações japonesas são principalmente madeiras
naturais. O Japão tem algumas florestas comparáveis com as mais ricas do mundo.
Nos templos antigos, suas terras eram repletas quase que na totalidade de
florestas. No entanto, nos dias de hoje elas diminuíram consideravelmente,
porém a maior parte ainda é coberta por belas florestas.
O Japão
tem ricas florestas devido ao seu clima. As chuvas de outono são abundantes e
climáticas; e as condições do solo são bem aceitas pela vegetação. São várias
espécies de madeiras de excelente qualidade, tais como Kínoki, Sawara, Tsuga,
Sugi, Matsu, e Keyakí. Dessa forma é fácil de se perceber a razão pela qual a
madeira foi amplamente empregada nas construções do Japão, desde os tempos
antigos.
O Japão,
é claro, tem seus suprimentos de pedras, mas não tão grandes como os de madeira
natural. As construções em madeira sempre terão preferência, afinal é mais
difícil construir com pedras do que com a madeira.
A cor,
como a forma, é uma importante característica da arquitetura japonesa.
Geralmente
diz-se que as cores naturais foram a base das cores da antiga arquitetura
japonesa. Eram encontradas nos materiais naturais, onde arquitetos obtinham
belos efeitos. Pintavam-se as edificações com uma cor rica, o vermelhão, que é
um método oriundo do continente e não no puro gosto japonês.
O brilho
das cores foi aprendido através dos chineses. Segundo Dr. C. Ito: "A
arquitetura chinesa é a arquitetura das cores. Se eliminarmos as cores da
arquitetura chinesa restará alguma coisa pesada. Toda parte da arquitetura
chinesa é profundamente e ricamente colorida, não existindo uma parte sem cor”.
Existem
cores próximas à madeira, porém são apenas cores neutras. As cores neutras são
sempre simples e, no gosto japonês, refinadas. O sentimento de simples e
refinado é predominante na arquitetura japonesa. O branco dos Shoji, o verde
dos Tatami e o cinza-prata dos telhados são todos dos materiais de construções
naturais.
O que
mais se percebe quando se olha para a arquitetura japonesa é o gosto nacional e
o sentimento de estética japonês. Existe, é claro, variedade de sentimento
estético, de acordo com suas idades e outros fatores, mas em geral eles podem
dizer que são os admiradores mais típicos da natureza do mundo. Eles são
capazes de uma apreciação aguçada de refinamento, elegância, simplicidade e
clareza que são amplamente encorpadas por sua arquitetura.
Sabe-se
que a beleza da arquitetura japonesa consiste nos variados projetos de seus
telhados. Estes representam um dos elementos mais importante da arquitetura
japonesa em funcionalidade e expressão. Nas edificações de madeira, especialmente
no Japão, onde chove bastante, não se utiliza a cobertura como pavimento como
nas estruturas de concreto, ou seja, apenas funcionam como telhados.
São
utilizadas várias espécies para confeccionar esses telhados tais como telhado
de empena; telhado de ripa, piramidal e de empena ripada, este último é muito
peculiar no Japão.
O grande
e majestoso telhado dos templos Budistas, o suave, mas solene telhado dos
santuários Shinto, o pitoresco telhado das casas do país, o telhado das salas
de chá, entre outros, são testemunhas da beleza encorpada de todos os telhados
japoneses. A beleza desses telhados, porém, está associada diretamente a
arquitetura de madeira.
Outra
característica marcante da arquitetura japonesa é a forma dos seus beirais. Eles
servem para aumentar o sentimento da estabilidade da harmonia da forma da
construção. Mas a projeção dos beirais não é apenas decorativa, nasceu da
necessidade. Como o verão no Japão é a estação das chuvas e a atmosfera fica
mais abafada, as pessoas naturalmente gostam de abrir as janelas e ter sempre
uma boa ventilação, mesmo durante as chuvas. Por esse propósito e também para
prevenir a incidência dos raios solares que penetravam janela adentro, a
largura sobressalente dos beirais é indispensável. No inverno, entretanto, esta
projeção não impede que os raios solares penetrem e esquentem o ambiente. Daí
as projeções dos beirais não serem superiores a 2,4m em alguns templos
Budistas.
Masu-Gumi
é um detalhe estrutural para suportar a largura dos beirais, e um dos maiores
detalhes da arquitetura japonesa, entre os quais é escolhido por arquitetos que
desejam obter o puro efeito japonês.
Ao mesmo
tempo aplica um efeito decorativo, foi originalmente parte própria da
construção. É um ingênuo detalhe construtivo que tem origem no continente junto
com a introdução da arquitetura Budista em meados do século VI, mas naquele
tempo já se tomava o efeito da arquitetura japonesa mais típico, como se fosse
símbolo intrínseco da arquitetura japonesa. Através de variadas formas, de
acordo com os diferentes períodos, são encontrados no Masu-Gumi: primeiro a
projeção hijiki para frente e para os lados, então o lugar masu sobre o hijiki
em distâncias variadas, depois os hijiki são projetados sobre eles e o mesmo
processo se repete.
Tatamis
são “tapetes” japoneses feitos de palha compactada coberta e amarrada com um
fio de espessura de cinco centímetros ou mais, com a superfície superior
coberta com palha entrelaçada. As extremidades são cortadas de forma quadrada e
os dois lados mais compridos são guarnecidos na superfície e na extremidade
superiores com uma tira de linho branco com quase três centímetros de largura.
Cada ambiente é invariavelmente planejado para acomodar um certo número de
tapetes, pois esses possuem um tamanho definido. Assim, qualquer indicação na
planta do número de tapetes que um aposento deve conter, dá imediatamente
também suas dimensões. Os tapetes são colocados nos seguintes números – dois,
três, quatro e meio, seis, oito, dez, quatorze, dezesseis, etc. Nos quartos de
dois tapetes, estes são colocados lado a lado; nos de três tapetes podem ser
colocados lado a lado, ou dois tapetes de um modo e o terceiro de través na
extremidade. Nos compartimentos de quatro e meio, os tapetes são colocados com
a metade em um lado. Os quartos de seis e oito são os de tamanho mais comum; e
isto dá uma indicação do pequeno tamanho do quarto e da casa comum dos
japoneses. O quarto de seis tapetes tem cerca de 2,70 por 3,60 metros; o de
oito tapetes mede 3,60 por 3,60 metros; e o quarto de dez, mede 3,60 por 4,50
metros.
Kamoi é
uma espécie de moldura que se estende inteiramente pelo aposento de um canto a
outro. Na sua superfície inferior há dois encaixes profundos e paralelos, e
diretamente abaixo deste kamoi, no piso há uma superfície de madeira, com dois
encaixes extremamente rasos. Esta superfície fica ao nível dos tapetes, e
nesses encaixes correm os biombos. Os encaixes no kamoi são profundos, para que
os biombos possam ser erguidos dos encaixes do piso e removidos depois de
caírem dos encaixes
superiores.
Desta forma, uma série de aposentos pode se transformar rapidamente em um só,
com a remoção dos biombos. Os encaixes são suficientemente afastados para
permitirem que os biombos sejam afastados um pelo outro. Pela natureza
ajustável dessas divisórias corrediças, pode-se fazer a abertura entre os
aposentos da largura que se desejar.
Há dois
tipos de biombos corrediços: um chama-se fusuma, e forma divisões entre os
aposentos; o outro se chama shoji, e corre pelo lado externo, junto da varanda,
sendo o substituto das janelas.
Fusuma
são portas de correr que são cobertas, em ambos os lados, com um espesso papel
opaco. A moldura não é diferente da usada para os biombos externos, consistindo
em peças finas, verticais e horizontais, de madeira com a forma de uma grade,
com malhas de dez a treze centímetros de altura. A moldura externa não é
trabalhada, como na maioria dos serviços em madeira. Não é incomum, contudo,
ver essas molduras laqueadas. O material usado para revestilas consiste em uns
papéis resistentes, grossos e duráveis, com muitas decorações. Às vezes, as
ilustrações se estendem como um panorama por todo o lado do aposento. Os velhos
castelos contêm nesses fusuma algumas pinturas famosas de artistas celebrados.
Nas casas mais comuns, os fusuma em geral não são decorados, salvo pelo papel
que os cobre, e o material para este fim é infinito em sua variedade. Muitas
vezes o papel é completamente destituído de ilustrações. Nas velhas
hospedarias, vêemse trabalhos de artistas famosos que, provavelmente pagaram
suas estadas por este modo. SHÓ-JI
Shó-ji
são os biombos externos; são aqueles que margeiam a varanda, ou se estendem
pelo lado do quarto em direção à parede exterior da casa. Consistem em uma leve
estrutura feita de barras finas de bambu, deixando pequenos espaços
intermediários retangulares. A parte inferior do shó-ji , cerca de 2,5 cm acima
do piso, e usualmente um painel de madeira, como proteção contra pés
descuidados para fortalecer amoldura, e são cobertos externamente com papel
branco. A única luz que o quarto recebe
quando os shó-ji estão fechados vem através desse papel, e o quarto é inundado
por uma luz suave e difusa, extremamente agradável.
O
Tokonoma, uma alcova decorativa japonesa, tem a função principal de ser um
ponto focal, um lugar para por à mostra um simples e belo objeto de forma que a
atenção possa vir a descansar sobre uma flor ou pergaminho (o tokonoma
normalmente suporta três coisas: um objeto qualquer, um arranjo floral e um
retrato ou inscrição.
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